Zema anuncia que algumas regiões de Minas podem ficar sem energia a qualquer momento
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Publicado em 24/09/2021

Em discurso realizado na quarta-feira, governador afirma que o sistema de abastecimento de energia elétrica está operando no limite 

 

Durante um evento de abertura em Capitólio na quarta-feira (22), o governador de Minas Gerais Romeu Zema discursou sobre a crise hídrica no estado, que, segundo ele, pode se somar também a uma crise energética. Zema afirmou que a qualquer momento, algumas regiões de Minas podem ficar sem energia. A fala veio um dia após o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) admitir pela primeira vez neste ano o racionamento de água em Minas.

 

“Nós estamos vivendo um momento de escassez de chuvas, consequentemente uma crise hídrica que está desdobrando para se tornar uma crise energética. Tenho acompanhado muito de perto a situação, a qualquer momento nós corremos risco de ter algumas regiões desabastecidas por energia elétrica. Nosso sistema está operando no limite, apesar de todas as usinas termoelétricas estarem funcionando”, declarou Zema.

 

O chefe do estado também declarou que o problema não se resolve a curto prazo. “É um problema que se resolve de hoje para o ano que vem? Não. É um problema que deveria ter sido resolvido há 10, 15, 20 anos atrás. Temos visto nos noticiários os reservatórios de Belo Monte e Santo Antônio produzirem apenas 3, 4% da capacidade porque quando foram construídos não foi permitida a construção de um lago, então hoje nós temos termoelétricas altamente poluidoras, caras e que penalizam o consumidor. Se tivesse essas duas grandes usinas produzindo a energia que elas produzem em época de rio cheio, muito provavelmente os nossos reservatórios teriam sido poupados.”

 

Na avaliação do governador, a situação do nível de água nos reservatórios das represas do estado pode ser considerado como calamidade pública. Afirmou ainda que este é um problema complexo, que está dentro do contexto do Brasil, que segundo ele, tem pecado pela falta de planejamento.

 

Zema afirmou que está tentando resolver a situação em Brasília, porém ainda sem sucesso. “Quero deixar claro que já fui inúmeras vezes à Brasília para tratar do tema, não foi esse mês, nem no mês passado, é desde o início do meu mandato. Tratei com ministro, tratei com a ANA (Agência Nacional das Águas), tratei com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), com o Operador Nacional do Sistema e continuamos tratando. Infelizmente não tivemos até o momento sucesso, me parece que um tanto desse problema depende de um planejamento, de ações que vão se refletir em cinco, dez anos, e também de um pouco de chuva.”

Em nota, o Ministério de Minas e Energia afirmou que desde outubro de 2020 tem adotado diversas medidas para mitigar o impacto no setor elétrico do pior cenário de escassez hídrica da história do país. “Por meio de um acompanhamento permanente realizado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), estão sendo tomadas medidas tanto para aumentar a oferta de energia quanto para reduzir o consumo”, informou a pasta.

A pasta ressaltou também que as usinas termelétricas foram acionadas já em outubro do ano passado, logo quando foi identificado que as chuvas do período úmido de 2020/2021 poderiam ser abaixo da média. 

 

Conforme a pasta, além de ações para redução da demanda, também estão sendo tomadas medidas para aumentar a oferta e disponibilidade da energia. Além disso estão sendo realizadas campanhas nacionais incentivando o uso consciente de água e luz. 

 

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