A maioria dos alunos está insegura em relação ao aprendizado
Pouco mais de 4 milhões de estudantes se inscreveram para o Exame Nacional do Ensino Médio de 2021. Esse é o menor número de candidatos dos últimos 14 anos. Com as aulas presenciais praticamente paralisadas desde o início de 2020, muitos estudantes não se sentem seguros quanto ao aprendizado para realizar uma prova nacional como a do Enem 2021. Esse é um dos motivos que os especialistas indicam para a queda de 34% em relação ao número de inscritos no Enem 2020.
“Eles estão com medo, estão se sentindo despreparados. Eles praticamente não tiveram nem o segundo ano, nem o terceiro ano do Ensino Médio. Então devem estar preocupados e talvez esperando mais para se inscrever no ano que vem”, afirmou Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Conselho Nacional de Educação.
Já para o diretor-executivo da organização Todos Pela Educação, Olavo Nogueira Filho, esse resultado é reflexo de duas questões. "A primeira questão é a perda do vínculo com a educação e com os próprios estudos em função de um ensino remoto de baixíssima efetividade e com alcance limitado. E a segunda é que é reflexo da necessidade de busca de renda por parte de muitos desses jovens”, analisou Olavo.
Além disso, especialistas apontam para as regras para obter isenção da taxa de inscrição – que preveem que, se um aluno que pede a isenção da taxa não comparece ao exame, ele não tem direito a recebê-la no ano seguinte. Como mais da metade dos estudantes acabaram não realizando o Enem 2020 por causa do crescimento da pandemia, perderam a chance de ter a isenção da taxa em 2021.
"Quando o governo não toma, por exemplo, uma decisão de rever a regra da isenção da taxa, é essa inação. O governo não enxerga o problema em termos um Enem que prejudica os jovens mais pobres, não parece estar incomodado com o fato de a gente ter, pelo segundo ano consecutivo, um Enem excludente", apontou Olavo.
Este ano, tanto a versão impressa quanto a digital do Enem serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro.