Centro vai agilizar a fabricação de vacinas para infecções virais epidêmicas e pandêmicas, e produzirá vacinas para humanos e animais
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, assinou nesta quinta-feira (02) em Brasília, o protocolo que oficializa a construção do primeiro Centro Nacional de Vacinas do Brasil. A iniciativa é uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Zema afirmou em pronunciamento que o centro desenvolverá vacinas humanas e para animais, e que isso é um marco muito importante, que pode salvar milhares de vidas, por estarem preparados para eventos futuros dessa natureza, como a pandemia da Covid-19 por exemplo.
De acordo com a Agência Minas, a construção do Centro Nacional de Vacinas contribui não somente para acelerar o desenvolvimento tecnológico e científico de imunizantes no Brasil, como também tira o país da condição de refém da tecnologia internacional, agilizando a fabricação, por exemplo, de vacinas para infecções virais epidêmicas e pandêmicas, como malária, leishmaniose, doença de Chagas, zika, chikungunya, dengue e Covid-19, contribuindo, assim, para o desenvolvimento socioeconômico do estado de Minas Gerais e do Brasil.
O governo de Minas Gerais conta com um orçamento de R$ 30 milhões para a construção e implantação de equipamentos laboratoriais, sendo R$12 milhões disponibilizados pela pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e R$18 milhões pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). O centro é fruto da parceria com investimento de R$50 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A união entre os governos estadual e federal totaliza R$80 milhões para a consolidação do Centro Nacional de Vacinas.
O Centro será uma associação sem fins lucrativos, com ambiente multidisciplinar comparado ao Centro da Universidade de Oxford, responsável pelo desenvolvimento da vacina Astrazeneca. A construção tem início previsto para janeiro de 2022, no local onde hoje existe o Centro de Tecnologias de Vacinas (CTVacinas), da UFMG, ampliando o antigo espaço. O projeto ampliará a área do CTVacinas por intermédio da construção de dois anexos e aquisição de equipamentos importados. Atualmente, o CTVacinas da UFMG já tem projeto de vacina para a leishmaniose visceral canina e da SpiNTec – vacina para Covid-19 com promessa de produção com 100% de insumos nacionais e que servirá de reforço para o combate à doença. A SpiNTec vai passar ainda pela fase de testagem do imunizante em humanos em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed).
A intenção é que o projeto, iniciado com investimento público, adquira autonomia e independência ao longo de três anos, para que funcione como uma organização de direito civil se mantendo com aporte financeiro privado.