De acordo com a Folha de S. Paulo, esse valor é referente a apenas 5 das 12 motociatas que tiveram a presença do presidente
As motociatas incentivadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em prol de sua reeleição já chegam a um desfalque de R$ 2,8 milhões aos cofres públicos. De acordo com a Folha de S. Paulo, “a quantia computada até o momento está longe de representar todos os gastos envolvidos com os eventos. Isso porque o governo federal divulgou, por enquanto, apenas despesas relativas a 5 das 12 motociatas que tiveram a presença do presidente.”
O levantamento realizado pela Folha a partir de mais de 30 pedidos via Lei de Acesso à Informação demonstra que a viagem para o Rio de Janeiro, no dia 23 de maio, gastou mais de R$ 231 mil no cartão de pagamento do governo federal. Já para São Paulo, em 12 de junho, o rombo ficou em torno de R$ 476 mil enquanto para Chapecó (SC), 14 dias depois, foi quase R$ 450 mil. "Segundo a Presidência, as motociatas em Brasília não geraram custos adicionais. Não é possível saber detalhes a respeito das despesas porque a informação foi classificada como sigilosa pela Presidência”, relata a Folha em matéria.
São Paulo é o estado que mais teve que gastar dinheiro público para oferecer segurança às motociatas, sendo, ao todo, R$ 1,2 milhão. O evento de 12 de junho contou com 1.433 policiais e a atuação de batalhões territoriais e especializados, como Baep, Choque e Canil, além de equipes do Corpo de Bombeiros e do Resgate. Também teve o apoio de cinco aeronaves, dez drones e aproximadamente 600 viaturas. Em agosto, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que Bolsonaro será cobrado caso participe de mais motociatas no estado. “Não é obrigação do governo de SP fazer segurança de motociatas sem que o custo seja suportado por quem as organiza e as promove”, disse o governador.
Segundo o jornal O Globo, a área técnica do TCU (Tribunal de Contas da União) disse em relatório que não é possível apontar irregularidades nos gastos de Bolsonaro porque não existe previsão legal para determinar o que é uma viagem de interesse público. A soma de quase R$ 3 milhões leva em conta as despesas com o cartão de pagamento do governo federal, informadas pela Secretaria-Geral da Presidência, e os custos assumidos pelos estados para garantir a segurança da população e da comitiva de Bolsonaro.
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