Dia do professor: a adaptação do ensino durante a pandemia
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Publicado em 15/10/2021

Os profissionais da educação tiveram que se reinventar para conseguirem dar aulas de qualidade por meios digitais

 

 

Quase dois letivos inteiros sem aulas presenciais e diversas ideias para conseguir reinventar a profissão. É… não foi fácil ser professor nos últimos tempos. Randolpho Radsack leciona história há 17 anos e afirma que nem a experiência de mais de uma década o ajudou a prever como agir durante essa pandemia. “O grande desafio que enfrentamos foi saber se estávamos adaptados porque é uma realidade que não aprendemos na faculdade e nem com a própria experiência. Foi um movimento tecnológico (…). Aí começamos a perceber as nossas limitações técnicas em questão de plataformas e até de materiais. Muitos professores tiveram que comprar equipamentos do próprio bolso. Alguns viraram TI (Tecnologia da Informação) para contribuir e ajudar os outros”, diz.

 

Nessa adaptação ao novo, Randolpho relembra que foi preciso se reinventar para manter a atenção da galera. “(Tive que) buscar novas plataformas de conhecimento. (2020 e 2021) foram os anos dos games, como o Kahoot, que é um quiz no qual você pode adaptar a questão da sua matéria. Mas também você precisa buscar o método tradicional, da leitura, do debate…”.

 

Os tropeços durante esse período foram naturais tanto para quem estava dando a aula quanto para quem estava assistindo, afinal era um modo diferente de tudo aquilo que já tinham visto e do que estavam acostumados. “A pegada da sala de aula presencial é muito diferente do on-line. Você precisa ter uma série de artifícios para manter a atenção do aluno e também pra se manter concentrado”, opina Randolpho. Além disso, ele conta sobre a inversão de produtividade entre os  estudantes. Os que tinham bons resultados no presencial, tiveram problemas no virtual e os que não se saíam tão bem dentro de sala começaram a ter ótimos frutos no on-line.

 

Por atuar tanto na rede privada quanto na pública, ele viu de perto as divergências. “Há uma diferença gritante entre os alunos de escola particular e os da pública. Muitas vezes as plataformas eram as mesmas, mas eu senti muita dificuldade por parte do aluno do ensino público de ter como entrar, de ter internet para isso, de ter um aparelho para entrar na plataforma. Isso denota a grande desigualdade social no Brasil, que tem vários caminhos, inclusive o tecnológico”, comenta.

 

Apesar dos obstáculos desse novo mundo criado por causa da pandemia, Randolpho teve receio na volta às aulas presenciais pelo fato de muitos estudantes ainda não terem se imunizado. “Tivemos um retorno onde alunos não haviam sido vacinados, então isso causa uma certa preocupação por parte dos profissionais. É supercompreensível a situação das escolas, sobretudo as particulares, mas o medo da pandemia norteou a cabeça dos professores”, explica.

 

O novo normal mantém os professores na corda bamba da vida profissional, seja tendo que se adaptar no formato digital ou no fato de deixar o distanciamento social de lado retornando às aulas presenciais, com receio de voltar pra casa infectado e passar para os filhos, que ainda não tiveram a chance de se vacinarem contra a Covid-19.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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