Na última terça-feira (28), os vereadores de Carangola votaram a favor da municipalização das Escolas Estaduais Professor Augusto Amarante e do Bairro Santo Onofre. O projeto de lei foi aprovado por 9 votos a 3. Agora, o PL vai para a sanção do prefeito Silas Vieira. Apesar da aprovação, muitos professores lutaram para que o resultado fosse diferente.
Em conversa com a Rádio Educativa, a Vânia do Sind-UTE disse que o sindicato é contra o projeto. “Nós do sindicato sempre nos posicionamos contrários à municipalização e fizemos todos os esforços na tentativa de evitar que ela ocorresse. […] Neste momento, só nos cabe acompanhar e ver como a gestão municipal conduzirá a aplicação dos recursos e também se irá encaminhar para a Câmara Municipal o projeto de lei que cria o Plano de Cargos Carreira e Vencimento dos servidores municipais que foi elencada nas metas do projeto de municipalização aprovado pela maioria dos vereadores”, comentou Vânia.
A professora de inglês Taciana Luzia Silva Lima também foi contra a aprovação do projeto. “Vejo que é uma atitude impensada (por parte da Câmara). Essas são escolas tradicionais de bairro, antigas em Carangola e atendem regiões específicas da nossa comunidade. Então consegue traçar ações de aprendizagem eficientes porque trabalha ali, muito específico na localidade. Sem contar que isso evita o deslocamento desses meninos pra sair do bairro que eles moram para ir pra outro lugar, visto que, no município, não há esse transporte dentro da cidade para estar levando os alunos gratuitamente”, ponderou Taciana.
Os servidores da E. E. Professor Augusto Amarante reivindicam a diminuição das vagas na área da educação com a municipalização do colégio. “Com a transferência de responsabilidade da administração estadual das duas escolas para o município haverá, para o ano de 2023, a perda de dois postos de trabalho que ofertavam vagas para professores, Atb's, Asb's, secretários, especialistas em educação básica e diretores escolares. Sem falar dos servidores efetivos que terão sua vaga transferida para outra escola acabarão ocupando as vagas de quem está nelas por contrato. Ou seja, menos cargos disponíveis”, explicaram.
“O salário destes servidores estaduais é maior do que os dos servidores municipais e têm a oportunidade de usufruir de um plano de saúde, o IPSEMG. Para os professores efetivos que possuem acúmulos de cargo não foi garantido o turno. Este servidor contará com a sorte ao ter sua lotação cassada por este Projeto. Os servidores efetivos que possuam tempo nestas escolas perderão também o direito de escolhas de turmas e turnos, pois estarão ingressando em outra instituição de ensino perdendo, portanto, seus direitos adquiridos na escola anterior. Outro direito subtraído dos efetivos é o gozo de férias prêmio, uma vez que ingressará numa nova instituição de ensino e ficará atrás em uma fila de espera”, pontuaram os servidores.
Preocupados, os profissionais da escola municipalizada falaram dos obstáculos que alunos do espectro autista irão enfrentar com essas mudanças. “Para os alunos especiais autistas será dificílimo uma nova adaptação de pessoal e ambiente caso não haja a continuidade dos anos iniciais devido à rotina e familiaridade que irão perder. Toda essa mudança numa pós-pandemia… Momento crítico com relação à consolidação da aprendizagem pelos estudantes que têm apresentado, no geral, muita defasagem”, concluíram.
VOTOS
- Carlos Candinho (PDT)
- Joel Maia (PTB)
- Sandro do Táxi (MDB)
- Professor Humbertinho (PSC)
- Carlos Benedito (DEM)
- Lucas Almeida (Avante)
- João Pereira (Republicanos)
- Renildo Valente (MDB)
- Rivan Viana (MDB)
- Luiz Miranda (PP)
- Wladmyr Gustmão (PTB)
- Patrick Drumond (PDT)