Recentemente o jogador brasileiro do Real Madrid Vini Jr. sofreu ataques racistas na Espanha, mas, infelizmente, essas ações não se limitam apenas à Europa. Pertinho da gente, em Minas Gerais, os casos de racismo têm se tornado cada vez mais frequentes seja nas escolas públicas ou particulares.
“De janeiro a julho de 2022, foram registrados 27 casos de injúria racial, com causa presumida racismo, em instituições de ensino das redes pública e particular do Estado. A média é de um caso a cada oito dias. O número representa um crescimento de 237,5% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram contabilizadas oito situações”, revelou matéria do jornal O Tempo. Ou seja, o número de casos é quase 4 vezes maior em 2022.
Teve professor chamando aluna de “louca do hospício” só por estar com os cabelos cacheados soltos; colegas de turma debochando porque menina negra quis se fantasiar de Branca de Neve e falando que o cabelo da outra aluna era “Bombril”. Casos assim aconteceram apenas com crianças e adolescentes nas escolas mineiras neste ano. Entrevistada sobre o assunto, a doutora em educação pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ellen de Lima Souza, disse que “é importante que a criança aprenda que a diferença não é sinônimo de desigualdade” e “reconheça a diferença com naturalidade”.
Para ela, é necessário que haja conversa sobre discriminação dentro de casa e nas escolas porque, mesmo crianças que não vivem em lares discriminatórios, muitas acabam cometendo atos racistas. “Por mais que a família e a escola tenham comprometimento, as crianças são extremamente inteligentes. Elas vão expressar, significativamente, o que elas sentem em relação a perceber a ausência de negros nos espaços de poder”, afirma Ellen.