Escola em Carangola recebeu bilhete com ameaça de massacre

Por Lavínia Torres

Escolas e creches de todo o Brasil estão em alerta após os últimos ataques a duas instituições de ensino. No último dia 27, um adolescente armado invadiu a escola Thomazia Montoro em São Paulo e desferiu golpes com faca deixando 4 pessoas feridas e matando uma professora. Nove dias depois, no dia 5 de abril, uma creche foi atacada por um homem em Blumenau, Santa Catarina, que matou 4 crianças com golpes de machadinha. Logo após, ele se entregou à polícia.

Nesta segunda-feira (10), um estudante de 12 anos praticou um atentado contra os colegas de sala e uma professora. O adolescente levou uma arma branca dentro da mochila e feriu ao menos duas pessoas. A polícia também apura se ele atingiu uma professora.

Esse cenário traz um alerta e assusta pais, responsáveis e alunos de idade escolar. Após os massacres, centenas de escolas em todo o Brasil receberam ameaças de tentativas de ataque no mesmo nível. Em Carangola, alunos, professores e colaboradores da Escola Estadual João Belo de Oliveira passaram por momentos de tensão neste último final de semana. Um bilhete com uma ameaça de massacre na escola foi escrito na porta de um dos banheiros masculinos do colégio.

Na sexta-feira, a escola entrou em contato com a Polícia Militar, buscando investigar o ocorrido e chegar à autoria da mensagem. Após apuração dos fatos, análise das câmeras de segurança e investigação com cooperação dos próprios alunos, a direção do colégio chegou ao adolescente autor da mensagem, que confessou o ato e afirmou se tratar apenas de uma brincadeira. 

Um ofício foi encaminhado para a Polícia Militar e as medidas posteriores foram tomadas em relação ao estudante. Em nota, a escola tranquilizou os pais e alunos e afirmou que toda a situação foi resolvida. Confira o texto na íntegra abaixo:

“Aos nossos alunos e senhores pais e responsáveis: A Escola João Belo de Oliveira vem através desta postagem tranquilizá-los sobre uma mensagem que circula nas redes sociais mencionando um massacre na referida escola, escrita no banheiro masculino. Desde a semana passada, a escola tem trabalhado na identificação do autor. E chegou até o aluno, que confessou o ato. A família já está ciente do fato. Os pais podem ficar tranquilos, pois o aluno alega que escreveu para chamar atenção e não pretendia executar tal ação. Todas as ações e medidas cabíveis foram tomadas. Lamentamos o ocorrido e asseguramos que o Estadual adota uma política de tolerância zero a discursos de ódio e que ferem a segurança dos nossos alunos. Estaremos à disposição para quaisquer dúvidas.”

Após os últimos acontecimentos e a onda de ameaças de novos massacres, o presidente Lula determinou a criação de um grupo de trabalho para prevenir a violência e debater “cultura da paz nas escolas”. Oito ministérios vão participar do grupo e em 90 dias, devem ser apresentadas as primeiras propostas. O Ministério da Justiça vai liberar R$150 milhões para reforçar o patrulhamento em escolas e creches.

O governo decidiu, ainda, ampliar o grupo especial de policiais que monitora na internet qualquer tipo de ameaça a escolas e universidades. Hoje, dez policiais compõem esse grupo. O número vai aumentar para 50.

“Não há uma única saída e nós temos uma dimensão emergencial. A dimensão emergencial é fortalecer o trabalho dos estados e municípios no que se refere às rondas escolares e, ao mesmo tempo, fortalecer o trabalho do Sistema Nacional de Segurança Pública no que se refere a estas postagens que estão, infelizmente, se alastrando na internet”, afirmou o ministro da Justiça, Flávio Dino.

A Polícia Militar de Minas Gerais também emitiu comunicado nesta segunda-feira (10), afirmando que a partir da data, vai realizar Operação de Proteção Escolar, com o objetivo de aumentar a segurança e a prevenção criminal nos ambientes escolares. De acordo com vídeo publicado nas redes sociais, policiais militares vão realizar visitas em todos os educandários, levando orientações de segurança, conscientização e mobilização social, fortalecendo as redes de proteção nas instituições.

 Ainda segundo o comunicado, a Polícia Militar utilizará nova frota de veículos já recebidos para aumentar o número de viaturas disponíveis para proteção dos ambientes escolares.