Igreja na pandemia: adaptações e obstáculos vividos pela comunidade católica
13/04/2021 08:12 em Notícias

Celebrando um mês da chegada do Padre Joaquim Calais em Carangola, a Rádio Educativa fez uma entrevista com ele para saber um pouco mais desse momento crucial para a evangelização

 

 

Foi em tempos de tanta incerteza e distanciamento daqueles que mais amamos que o Padre Joaquim Calais desembarcou em Carangola com a missão de evangelizar. Hoje completa um mês que a Paróquia Santa Luzia o abraçou como sua nova casa, mas desde então os católicos ainda não tiveram aquela celebração calorosa da missa de domingo. A igreja não desiste de chegar até quem não só precisa como quer a sua presença, por isso tem investido na tecnologia para levar acalento para os lares.

 

“Temos algumas grandes aliadas para esses momentos de distanciamento social: as redes sociais. Lógico que nunca irá substituir a presença física, pois, além de ser um preceito participar da missa aos domingos e festas de guarda, somos de uma cultura que preza muito o abraço, o afeto, o olhar nos olhos e o estar próximo”, comenta Calais, que não deseja que as transmissões ao vivo se tornem rotina quando a pandemia estiver mais amena. “Concordar que será permanente, nunca! A ‘missa on-line’ é um conforto e uma esperança nesses momentos em que vivemos, porém a essência do ser cristão é viver em comunidade; os Atos dos Apóstolos e todo o Novo Testamento nos mostram isso”, explica.

 

 

Os desafios nessa Era Tecnológica são muitos, mas o principal de ter que depender do meio on-line é a falta que faz um aconchego de pertinho, afinal a igreja é o lugar onde os praticantes se encontram para preencher o coração de paz. "Não poder oferecer os sacramentos aos fiéis, da forma como gostaríamos e, ao mesmo tempo, poder visitar e estar junto com as famílias, pastorais e movimentos, como é tradição da Igreja. O próprio Jesus e os apóstolos viveram essa experiência de comunhão fraterna, reunindo multidões”, destaca o padre que leva a pauta da caridade para aonde vá. “Cuidar da vida em primeiro lugar. Ser solidário, saber escutar os medos obscuros da alma e ajudar a superar, a partir de uma boa direção espiritual e uma boa orientação pastoral”, discursa sobre como apoiar a população durante a pandemia.

 

Calais já imagina um futuro pós-COVID na Paróquia Santa Luzia e está ansioso para realizar suas missas de forma presencial. “Primeiramente, quero poder abraçar os meus paroquianos com aquele abraço do Pai Misericordioso (Lc 15). Depois, fortalecer as pastorais e movimentos, sendo presença e dando formação permanente aos mesmos.” Em relação aos planos, ele prefere deixar que o destino tome seu curso. “Só é possível planejar quando se tem recursos para executar o que for planejado. Mas trago comigo um grande desejo de conhecer toda estrutura da paróquia, não só estrutura física e administrativa, mas, principalmente, a estrutura pastoral, espiritual e humana. Pois ‘só se ama aquilo que se conhece’ (Santo Agostinho).”

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